Prejuízo
Morro Redondo calcula danos após falta de luz
Moradores chegaram a ficar mais de 60 horas sem abastecimento nas propriedades rurais
Infocenter -
Gilnei Pinto, 42, é produtor de fumo e reside com a mulher e dois filhos na Colônia São Pedro, interior do Morro Redondo. Desde a última sexta-feira, até as 10h de segunda-feira, ele e outras dezenas de moradores tiveram a rotina alterada pela falta de energia elétrica que atingiu propriedades rurais. Foram mais de 60 horas de desabastecimento e prejuízos que terão de ser calculados.
A situação somente foi normalizada na manhã desta segunda-feira. Segundo o produtor, foram feitas cerca de 15 ligações e cinco mensagens de texto encaminhadas à Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Ainda segundo Gilnei, a resposta da Companhia foi de que o serviço já tinha sido restabelecido, porém a situação continuava a mesma. Com a demora no reparo, ele procurou a ajuda da prefeitura, que também entrou em contato com a CEEE para esclarecer a situação.
A estufa para secagem do fumo da propriedade do agricultor é ligada ao sistema elétrico, e por causa do corte precisou ser acionada por um gerador à base de óleo diesel, que consome cerca de 40 litros por dia. Porém, só pode funcionar de quatro a cinco horas - tendo que ser desligado por cerca de uma hora para resfriar. E toda vez, a estufa deve ser aberta para a retirada do ar quente. Caso contrário, há risco de incêndio. Em cada procedimento como esse, o fumo perde a qualidade, trazendo prejuízo ao produtor.
Na safra deste ano, Gilnei plantou cerca de 50 mil pés de fumo, o que representa seis estufas. O valor do lucro a ser obtido por ele é calculado em R$ 30 mil. Mas a perda de apenas uma estufa de fumo pode provocar prejuízo de R$ 10 mil.
Reclamações
Já o morador da Colônia Santa Bernardina, Ari Froner, é produtor de leite e a falta de energia em sua propriedade, desde sexta-feira, só foi normalizada no domingo à noite. Embora sua produção de leite seja pequena, foi possível sentir os reflexos. Froner também solicitou os serviços da CEEE e a resposta da Companhia foi de que tudo já estava normalizado.
Outra prejudicada foi a servidora pública Sílvia Signorini, 42. Em sua residência a falta de luz foi normalizada no domingo à noite, por volta de 23h. Porém, a 1h da manhã desta segunda-feira faltou novamente, sem retornar até as 17h, quando conversou com a reportagem do Diário Popular. Segundo ela, a Companhia informou que havia equipes procurando resolver o problema, sem previsão para o retorno. “Meu sogro tem 92 e sofre com complicações de saúde. Ele precisa fazer nebulização e a gente depende da luz”, queixou-se.
CEEE
O gerente da CEEE de Pelotas, Sérgio Danilo da Fonte Abreu, disse que o desabastecimento foi causado pelos ventos durante a chuva no final da tarde de sexta-feira. Segundo Sérgio, estão sendo instalados cinco alimentadores, redes de alta tensão na subestação de Morro Redondo, que devem melhorar a geração de energia em toda a zona rural. A medida deve beneficiar também parte da zona rural de Canguçu, Arroio do Padre e Pelotas. O investimento é de R$ 15 milhões e a previsão para o término dos serviços é o mês de maio.
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